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Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
 

ADILSON JOSÉ PAIVA

 

Nasceu em ENTRE-FOLHAS, região de CARATINGA (MG), aos 27.08.1965. Resi­de em BELO HORIZONTE (MG) onde cursou Letras na UFMG.

Dedica-se à literaturas tem trabalhos publicados no jornal "A SEMANA CARATIN-GUENSE" e na Revista "BRASÍLIA ".

Recebeu medalha de ouro no IX CONCURSO NACIONAL DEPOESIASe foi Desta­que Especial no X CONCURSO NACIONAL DE POESIAS promovidos pela Revista BRASÍLIA.

Participou do Io. ANUÁRIO - 1989 do Clube Literário Brasília e de "VALORES LITERÁRIOS DO BRASIL - 1990" e da Coletânea "POESIA BRASIL - 1990" da DGF EDIÇÕES.

É sócio do CLUBE LITERÁRIO BRASÍLIA.

 

 

 

ANTOLOGIA DE POETAS E ESCRITORES DO BRASIL. Selecionados pela Revista Brasília.  Volume XIII.  1990.    Organizada por Reis de Souza.  Brasília, DF: Grupo          Brasília     
de Comunicação Ltda, 1990.    Ex. bibl. Antonio Miranda

 

 

 

PEQUENAS CONFISSÕES E OUTROS POEMAS INCONFESSOS

 

 

       VII
MEU ANJO MAL

Expurgo meus vermes na inculta noite
e dou-lhes a morte, a dor e o esquecimento,
o dilúvio perene de um repouso insone
ou um eterno momento de vida fugaz.

Rasgo meu peito com a lâmina estupefata
do anjo mal que apoderou-se de mim.
E minha pele, mística, endemoninhada,
verte a sofreguidão dos meus desejos vorazes.

E por ser o fátuo fogo fúria vígil
meu anjo mal despertou-se do seu sono
incomodado pela reles bondade dos justos.

E o mesmo riso na sua boca desdentada
profano e pária, acalenta o anjo bom
que mora meu coração fuzilamado.

 

 

       

        VIII
O FIO DO NADA

É exangue o tempo de viver.
Por isso o tempo todo reinvento
antigas fórmulas de vivência.
A vida escorre dos meus dedos.
Tenho a vida na sola dos pés.
Tenho a vida na ponta dos cabelos.
E, se quiser, posso retê-la comigo
mas a vida se esquiva sempre.



IX
BELO HORIZONTE

Teu horizonte na serra atiça
a formosura do lusco-fusco,
mas convém que façamos justiça
à beleza do teu crepúsculo
quando a tarde se espairece
em fulgente luz divinal
atrás da Serra do Curral.



X
NOITE BREJEIRA

A noite é sempre doce de ser ouvida.
Os sapos coaxam estribilhos de pântano,
molhados de vozes inolvidadas,
encharcados no lodo da noite brejeira.
A sinfonia magistral envolve
o silêncio como uma bênção.
E a noite se refaz em murmúrios
entrecortados de sonolência.

 

 

 *

 

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Página publicada em fevereiro de 2021


 

 

 
 
 
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